quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Receita para 2008




Em 2008


Propague o amor. Propague o sorriso. Propague a felicidade.




Dê um abraço. Escreva uma carta de amor. Dê "bom dia" pra um desconhecido. Beije o seu pai. Leia Neruda, leia Quintana também. Corte o cabelo sem medo do resultado (mas não faça isso com suas próprias mãos). Ouça historias dos mais velhos (um dia você vai precisar que alguém te ouça). Tome um banho de chuva. Assista novela com sua mãe. Pise em folhas secas. Coma fruta do pé. Acorde tarde sempre que puder. Fuja dos regimes. Tome sorvete de macadâmia. Solte pipas. Viaje com os amigos. Tome um porre (só as vezes). Vá ao estádio. Mande flores. Torça pelo Brasil. Seja gentil. Cuide dos seus joelhos. Invente um parto ou um drink. Aprenda uma cambalhota (nem que seja embaixo d´agua). Ande descalço pela casa. Coloque os pés na areia. Pare para admirar o pôr-do-sol. Dance forró, samba, o que for. Troque seu Ipod com um amigo. Enterre os pés na areia. Faça coisas que você tem medo. Tome sol. Deite na grama. Tire fotografias. Faça careta. Diga "te amo" a quem você realmente ama. Escute o vento. Esqueça o celular em casa. Vá sozinho ao cinema. Corra no parque, se não der conta apenas caminhe. Visite os amigos. Faça uma lista e "get it done". Tome um delicioso chocolate quente. Chore, grite, berre, e fale alto (não sempre). No fim do dia, apenas relaxe...
(essa é a minha receita)
também vale comer 12 uvas - uma pra trazer fartura a cada mês do novo ano-; pular 7 ondas; colocar fitas coloridas no pulso; usar calcinha cor-de-rosa pra chamar amor e amarela pra chamar dinheiro. Vale tudo, se a gente acreditar que pra isso se realizar, além das simpatias, será preciso de um pouquinho de esforço nosso :)

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo,
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens(planta recebe mensagens?passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa,justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começandopelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novoque mereça este nome,você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

(por Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 23 de dezembro de 2007

Seu olhar

Conversa fiada

(...)
Na próxima vida vou ser um grande matemático
Porque a matemática é o único pensamento sem dor...
Prometo, prometo sim... Estou mentindo? Estou!
Tão bom morrer de amor! e continuar vivendo

M.Q

Este ano


Formei.
Insisti mais uma vez em um amor, mas também tentei descobrir novas paixões.
Ganhei deliciosos jantares.
Inaugurei um apartamento novo.
Li e escrevi muita poesia.
Ganhei um castelo.
Criei um blog.
Me rendi a terapia.
Fiquei desempregada.
Fiz planos que não deram certo.
Armei barraco na Polícia Federal.
Senti frio na barriga: na hora de apresentar monografia; na hora do primeiro beijo.
Emagreci. Engordei. Emagreci.
Fui oradora da turma.
Continuei comprando roupas decotadas.
Fui admitida em um novo emprego.
Fiz amor desacordada.
Cuidei de bêbados.
Tomei muitos porres.
Dormi fora de casa escondida.
Fiz uma amiga de 4 anos.
Tomei sorvete de macadâmia.
Tirei 10 na monografia.
Vi muitas pessoas especiais partirem.
Chorei.
Chorei de alegria, de tristeza, de TPM, de emoção, de saudade, de desespero...
Cantei no palco.
Pulei do Palco.
Escrevi cartas.
Fui professora.
Me acabei no meu baile de formatura.
Andei de wakeboard.
Fiz amor de formas inusitadas.
Passei o carnal na rua, na chuva, na fazenda.
Correi com o Willian Bonner.
Fiz e falei coisas que não lembro.
Fui responsável da Lourdinha.
Cortei o pé.
Cantei junto de Nando Reis, Maria Rita, Cidade Negra, Lulu Santos, Vitor e Leo, Paula Lima, Vanessa da Mata, Paulinho Moska, Frejat, e muito mais...
Perdi meu avô.
Dividi um brownie gigante com as amigas.
Fizemos despedida de solteira e festa no motel.
Tive alguns namoradinhos.
Tive um chicletinho.
Fiz muitas caretas pra fotos.
Continuei teimosa e orgulhosa.
Andei de bote.
Tomei banho no Lago.
Fiz meditação.
Fiz novos amigos e não cuidei como deveria de algumas velhas amizades.
Ajudei a realizar sonhos.
Mudei o quarto.
Fui pra cachoeira com as amigas, com ele, com alunos.
Chorei em shows do Nando Reis e Paulinho Moska, lembrando de alguém.
Tentei cuidar mais da família e dizer mais vezes "Eu te amo".

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Espelho do céu


Gosto de olhar o céu. Mas não é de olhar de passar o olho. Não é olhar de óculos escuros. É olhar de capelo giavota. Olhar de quem se perde em formas de nuvens, na luz que ofusca, na beleza irretocável da lua.
É olhar de quem ama até o céu de chuva. As gotas que lavam o chão, as folhas, a alma. E o que falar das noites de lua. Dá pra entender o fascínio de escritores, poetas, dos amantes. Os primeiros contam histórias de lobisomem e surrealismo. Os segundos falam dos amantes. E os amantes não falam nada, apenas se beijam.
Eu queria era beijar o céu, a lua e as estrelas. Queria pegar no algodão das nuvens e enxergar o coelho da lua. Queria tocar lá em cima, onde dizem que está Deus. mas, meu maior medo de voar alto é depois cair.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Frase do dia

Será que tudo que eu gosto é imoral, ilegal ou engorda?

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Eu sei que vou te amar

Nosso
amor puro
pulou o muro...

O que se vê,
antes não era
e o que era, não é mais.

E o que fazer com os amores perdidos
os corações partidos
as indecisões
o tempo disperdiçado
a vontade de tentar outra vez
ou de começar algo novo?

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

fruta estrela

Se deliciava com a carambola que ela mesma colheu
via na fruta estrela
a perfeição
a beleza
E a cada mordida sentia
o sabor
a textura
O suco escorria entre os dedos
e manchava o vestido alvo
Fechou os olhos
e começou a sentir que não era mais menina
sentia um prazer imenso com sua línua que suavemente percorria a fruta por completo
e quando voltou pra casa largou as brincadeiras de boneca.



terça-feira, 6 de novembro de 2007

"Neste verão, você quer ser sereia ou baleia?"




Poucos são os que se indignam. Muitos são os que aceitam e fazem piada da política, da sugeira, do preconceito, da discriminação. Uma mulher fez a diferença quando se posicionou em relação a uma campanha publicitária que separava as mulheres em sereias ou baleias. Quantas vezes uma propaganda, uma peça criada pra vender, faz a gente se sentir inferior!? História que vale a pena repassar.

UMA ACADEMIA DE GINÁSTICA CHAMADA RUNNER COLOCOU UM OUTDOOR COM A SEGUINTE FRASE :

"Neste verão, você quer ser sereia ou baleia?"

Ao lado, uma linda garota de biquini.Uma mulher enviou a sua resposta e distribuiu o seguinte e-mail por aí:"


Ontem vi um outdoor da Runner, com a foto de uma moça escultural de biquíni e a frase: "Neste verão, você quer ser sereia ou baleia?" e respondi:


Baleias sempre estão cercadas de amigos.Baleias têm vida sexual ativa, engravidam e têm filhotinhos fofos.Baleias amamentam.Baleias nadam por aí, cortando os mares e conhecendo lugares legais como os icebergs da Antártida e os recifes de coral da Polinésia.Baleias têm amigos golfinhos.Baleias comem camarão aos montes.Baleias esguicham água e brincam muito.Baleias cantam muito bem e têm até CDs gravados.Baleias são enormes e quase não têm predadores naturais.Baleias são bem resolvidas, lindas e amadas.
Sereias????
Sereias não existem.
Se existissem viveriam em crise existencial perguntando: - Sou um peixe ou um ser humano? Não têm filhos, pois matam os homens que se encantam com sua beleza... São lindas mas tristes e sempre solitárias...
Runner, querida, prefiro ser baleia!

A academia Runner retirou o outdoor.

Bem me quero, mal me quero


Olho fixamente para o telefone, esperando tocar. Não toca. Sou incapaz de ligar. Mas, continuo querendo ouvir aquela voz perguntando sobre o meu dia.

Às vezes pronta pra sair, me visto e me pinto de musa. O desânimo me despe. Penso que daqui a um tempo a balada perdida será irrelevante. Me refugio nos lençóis. Os devaneios me fazem adormecer. Acordo de madrugada pensando que deveria ter ido.

Faço coisas por teimosia. Sou orgulhosa demais pra me arrepender. Há sempre uma justificativa. Dizem que me faço de vítima e que seria uma boa advogada.

Me gabo que sou paciente. Um dia desses atirei objetos contra a parede.

Me abasteço de poesia. Esqueço que são necessários momentos de pausa.

Por preguiça, desligo o despertador. Todos os dias saio de casa atrasada.

Meus sapatos estão espalhados pelo quarto. As roupas em cima da cama. Tem horas que a bagunça é aconchegante. Tem horas que não tem mais como conviver com ela.

Me programei para assistir um filme, mas dormi durante a sessão.

Queria respostas. Mas, fiquei sentada na frente do computador. O google não sabe de tudo.

Guardei minha carência numa caixa bem escondida. Não liguei nem pra um, nem pra outro. Mais uma vez me fingi de forte. Às vezes funciona. Mas, nunca vi ninguém engar-se a si mesmo por muito tempo. Daqui a pouco é capaz que eu pegue o telefone.


terça-feira, 30 de outubro de 2007

Espaço para guardar

Faço desse BLOG um espaço pra guardar memórias, escritos, imagens, sentimentos




Coube a mim, a honra de falar em nome da turma de jornalistas que se forma hoje...
E estar aqui em cima, vestidos com a beca e olhando as pessoas queridas que vieram participar com a gente deste momento, faz passar um filme na nossa cabeça.




O ponto de partida dessa jornada que traduzimos “num mundo de sensações” leva a nossa mente de volta ao início: o vestibular. Quanta dedicação aos estudos, quanta renúncia aos momentos de lazer, quanta expectativa pelo resultado, e quanta alegria nas comemorações.
E tenho certeza que muitos de vocês que estão aqui hoje participaram das ovadas no dia do resultado do vestibular. Ver o nome na lista é como ganhar um mundo novo de presente.





Primeiro que a gente precisa ler e reler pra acreditar. Depois tudo fica em câmera lenta e quando a gente percebe já está impregnado de tinta, ovos, farinha e sente uma vontade imensa de gritar e sair abraçando todo o mundo.



Os anos passam, e a etapa da monografia é bem parecida. O trabalho árduo, as renúncias, a expectativa pela nota. No final, o sentimento é o mesmo: de que tudo valeu a pena.
E a cerimônia de formatura é uma oportunidade para reflexão do que passamos entre esses dois momentos: o da matrícula e o do diploma. E é parafraseando um texto de William Shakespeare que deixo minha mensagem.


Um dia aprendemos que...

O jornalismo, independente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante batalha pela conquista de mentes de corações.
Depois de algum tempo percebemos que o nosso dever é permitir o diálogo e a pluralidade de opiniões.
Aprendemos que a arte de interpretar e descrever o presente nos leva a olhar o passado
e buscar ferramentas que não façam da notícia um mero objeto de consumo.
Começamos a aprender que o mundo não está para ser explicado,
mas para ser compreendido
E que os leitores querem, cada vez mais, histórias humanas e não escândalos políticos.

Entendemos que é nosso papel ter coragem para contestar
E energia para manter a ética.
Aprendemos que muitas vezes a pergunta mais importante em uma entrevista coletiva é: “o que isso vai mudar na vida da população?”.
Descobrimos que a imprensa, às vezes, só olha e ouve o que quer, mas que nós, jornalistas, temos cinco sentidos que devemos usá-los todos.
Porque a inteligência funciona a partir do que tocamos, sentimos.


Depois de um tempo aprendemos que na profissão também temos o direito à ternura e a solidariedade.
Aceitamos que não importa quão boa seja uma pessoa,
Que ela pode nos ferir de vez em quando
e é por isso que devemos escrever as histórias à lápis
Porque ora precisaremos perdoar e passar uma borracha
Ora, nós precisaremos ser perdoados...
Aprendemos que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.
E que um dia, não precisaremos mais das nossas fontes, apenas de um ombro amigo.
Com os anos, aprendemos nós mesmos a comprar e usar o protetor solar
Porque descobrimos que o sol queima e o tempo passa pra todos.
Aprendemos que não devemos nos escravizar às ferramentas: a internet, o computador, o rádio, a TV
Porque eles são os meios e não o fim do nosso trabalho,
Que é o diálogo social.
Descobrimos que levamos muito tempo tentando descobrir a pessoa que queremos ser
E que vamos sempre querer ser uma pessoa diferente
Por isso, o importante é dar o melhor de si, agora!
Aprendemos que ser flexível não significa ser fraco.
E que não ter partido político não é ser alienado.
Aprendemos que os heróis e os santos são pessoas comuns, mas que enfrentaram os obstáculos e agüentaram as conseqüências.
Aprendemos que ter paciência requer muita prática.
Descobrimos que nossos pais não podem mais resolver os nossos problemas,
E que há mais deles em nós do que supunhamos.
Aprendemos que nunca se deve dizer a ninguém
que os sonhos são insignificantes,
“Sonhos são como Deuses, quando não se acredita neles, eles deixam de existir”.
Um dia descobrimos que todos nós temos medos, e que isso não é motivo de vergonha.
Aprendemos que as palavras são flechas que nunca voltam
E que tem alto poder de destruição.
Descobrimos que a noção de certo e errado é muito limitada para compreender uma realidade,
E que devemos buscar a coerência do que fazemos e falamos.
Aprendemos que as mudanças do tempo ora nos trazem esperança,
ora nos trazem incerteza,
E que o silêncio pode ser o melhor caminho para compreender o mundo.
Descobrimos que não basta saber amar,
mas que também devemos nos entregar a grandes paixões.
Que não existe uma única porta, e, que às vezes será preciso entrar por uma janela
Aprendemos que não devemos ser como os caminhos,
cujo único destino é deixar as pessoas passarem
Descobrimos que cada amanhecer é uma nova página
Para uma grande história
Percebemos que a vida tem valor
e que nós temos valor diante da vida!
Um dia descobriremos que nossas dúvidas foram traidoras,
Por causa delas, deixamos as oportunidades passarem
Pelo simples medo de tentar.
Durante o tempo que passamos como alunos da UnB,
aprendemos que ser jornalista não é apenas uma profissão
é um estado de espírito
Com menos glamour do que imaginávamos ao entrar.
Que não é só informar
Mas temos importante papel social
E que exige empenho, conhecimento da realidade do mundo
e acima de tudo:
paixão pela profissão.





Textos de internet


Tem dias que até os textos clichê de intenet conseguem trazer paz

cansada, cansada, cansada

sob pressão

quero gritar

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh (um alívio virtual)




Nem a tristeza, nem a desilusão, nem a incerteza, nem a solidão,
Nada me impedirá de sorrir...
Nem o medo, nem a depressão, por mais que sofra meu coração,
Nada me impedirá de sonhar...
Nem o desespero, nem a descrença, muito menos o ódio ou alguma ofensa,
Nada me impedirá de viver...
Mesmo errando e aprendendo, tudo me será favoravél, para que eu possa sempre evoluir, preservar, servir, cantar, agradecer, perdoar,
Recomeçar...
Quero viver o dia de hoje como se fosse o primeiro...
Como se fosse o último...
Como se fosse o único...
Quero viver o momento de agora como se ainda fosse cedo, como se nunca fosse tarde...
Quero manter o otimismo, conservar o equilíbrio, fortalecer a minha esperança,
Recompor minhas energias para prosperar na minha missão e viver alegre
Todos os dias...
Quero caminhar na certeza de chegar, quero lutar na certeza de vencer,
Buscar na
Certeza de alcançar... Quero saber esperar para poder realizar os ideais do meu ser...
Enfim, quero dar o máximo de mim para viver intensamente e
Maravilhosamente todos os dias da minha vida....

Vontade de (não) dormir

Tem dias que tenho que esperar ele chegar
o sono.
Em outros, vem sem eu chamar
o sono.
O pior é quando tenho que lutar contra ele
o sono.
O melhor é quando nos encontramos, enamoramos e não nos largamos
tem até sonho.
Gosto mesmo é das noites de despertador desligado
Deixo-me consumir
pelo sono
pelos sonhos.


Desabafo que quem não tem tido as melhores noites recentemente.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Herança de poeta

Numa noite dessa vi seu rascunho de livro na estante
Ao abrir,
Lembrei-me:
meu pai é poeta!

POeta que conta os amores espalhados no país
poeta das coisas pequenas
contemplador da maré, dos anoiteceres e amanheceres, do movimento das águas dos rios
das histórias vistas e vividas
da pobreza do interior.
Poeta das histórias da juventude
de barba, moto e calça boca de sino.
Poeta que coloca em versos o amor pela família:
do pai fala com admiração
da mãe com saudade
da mulher como musa
dos filhos como dádiva
e cada um tem sua página
nos Fragmentos da Vida*.
Mas, o poeta aposentou-se
trocou versos por decretos
e agora busca nova inspiração.
O poeta despertou.

Anjo da guarda

Demorei pra perceber como sempre esteve ao meu lado
Com todo seu cuidado me ajudou a dar os primeiros passos
me levou à Igreja
ajudou nos deveres de casa
aconselha, cobra escolhas e responsabilidade
Mas não deixa que falte nada
mas também não me deixa fazer tudo
Demorei, mas hoje sei que o nome do anjo que me guarda, tem três letras:
MÃE.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Afrodisíaco


Aroma de baunilha

Diva

Toda mulher tem
um dia que acorda
se sentindo
diva



na sua beleza
paradoxal
radiante
e melancólica

Para viver um grande amor


Receita do mestre
Vinícius de Moraes


Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher… — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o “velho amigo”, que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.
Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor…

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer “baixo” seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

Texto extraído do livro “Para Viver Um Grande Amor”.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Ter, querer e precisar esquecer


“Quantos homens você já teve que esquecer?”

Parei pra responder a pergunta de Almodóvar (Mulheres a beira de um ataque de nervos). Não foi tão fácil quanto eu pensava. Caminhei por todas as minhas histórias de amor. Passei pelos namoricos de criança, pelos platônicos, pelos que pareceriam durar toda a vida, pelas traições. Fiz até uma lista.

O primeiro foi aquele que me trocou por outra e deixou um coração pré-adolescente em pedaços. O segundo foi aquele que achei melhor esquecer, porque nem me conhecia. Eu o amava de longe, com desenhos de coração no fichário. O terceiro, foi o primeiro que me fez sentir verdadeiramente amada. Mas, descobri que era eu quem não o amava. Resolvi, então, que era melhor esquecer-nos mutuamente.
Depois, uma paixão doentia tentou me tirar de um amor tranqüilo. Quase destruí uma relação verdadeira. Esqueci o que me fazia viver na mentira. Voltei à calmaria, mas, por pouco tempo.
Então, voltou a me fazer sorrir e chorar o que já havia me mostrado a dor de um coração partido, uma vez. Caí de novo em minha própria encruzilhada de traição. Outra vez, fiz loucuras, mas, na hora de escolher, resolvi que permaneceria quem mais me amava. Para não sofrer de novo por ele, queria mais que esquecer, queria arrancar qualquer vestígio de lembranças.
E chegou a hora de mandar embora o que esteve mais tempo ao meu lado. Esse foi difícil. Quer dizer, ainda é. Nem sei se já consegui... Nas idas e vindas relembramos bons momentos. Depois das despedidas sempre me engano dizendo que é a última vez.
Também já tive que pedir para o tempo levar o que me deixou entre os carinhos e a consagração. Esse foi até mais fácil, entreguei pra Deus.
E já passou por mim o que me deixava chamas, mas dava o coração e declarações a outra, que era minha amiga.
O que grudou, chamei-o de chicletinho. Era tão bom, que sempre me lembrava dele nos momentos de carência. Cansei de enganá-lo.
Depois tive que deixar de realizar algumas fantasias. Quando o sonho de consumo se materializou, foi tão bom que durou pouco.
E quando achei que não pensava mais no que por duas vezes jurei esquecer, deixei entrar de novo na minha vida. E pela primeira vez passeamos de mãos dadas no parque. Pela primeira vez fomos inteiramente um do outro. Só que dessa vez, foi ele quem resolveu partir. Mas, ainda pede para ser lembrado. Ainda alimenta as fantasias. Ainda achamos que pode funcionar. Mas, já me preparo para o dia que mais vez terei que esquecer de nossas histórias.

E continuo aqui com meus botões pensando na diferença entre ter, querer e precisar esquecer certos homens...

A sociedade de decepção

pra filosofar um pouco

Nunca se buscou tanto a magreza e nunca se teve tantos obesos. Nunca houve tanta liberdade para expressar os desejos e nunca houve tanta depressão. Nunca se buscou tanto o prazer e nunca se sofreu tanto por não conseguir uma vida lúdica.

GillesLipovetsky - um filósofo que não me deu sono

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Paciência




Tentando descobrir respostas a tantas perguntas,

descobri a palavra PACIÊNCIA.

Aguardo, não de braços cruzados, mas com serenidade

o amadurecimento do tempo.

Cansei de ouvir conselhos, de quem esuqce de resolver a própria vida.

Pela tranqüilidade que vem de dentro, resolvi aprender a esperar.
Mas, confesso que estou louca pra ver chegar os pedaços que faltam e colocar as asinhas de fora.Voar pra onde ainda não sei.
Voltar só quando Deus quiser.

Felizes das crianças, que enquanto brincam na rua, tem alguém para tomar suas decisões.




quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Cada porta uma escolha

"Quando menos se espera ele chega,
o pensamento que nos faz parar.
Pode ser no meio do trânsito,
na frente da tevê ou do computador.
Simplesmente escovando os dentes.
Ou na hora da droga, do sexo sem afeto,
do desafeto, da lamúria,
da hesitação.
Sem ter programado a gente pra pensar.
É como espiar para um corredor com mil possibilidades.
Cada porta uma escolha
Muitas vão se abrir para um nada, outras para um jardim de promessa.
Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar, reavaliar-se.
Pensar pede audácia,
pois refletir é transgedir a ordem natural que nos esmaga"

Sempre fui contra livros de auto-ajuda. Minha personalidade pretenciosa nunca abriu as portas para que os outros me digam o que fazer. Recebi de uma amiga um livro da Lya Luft. Deixei o preconceito de lado e li os capítulos que essa amiga me indicou. Nada mal. Leitura leve, que deixa a gente mais leve.




segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Ontem caiu um milagre


Ontem caiu um milagre,
no meio da tarde de mais um domingo abafado.

Abri os braços para aumentar a área de contato
esqueci de quem estava em volta
e tive um momento meu
com a primeira chuva da primavera.


Pingos tímidos,
mas refrescantes
molhavam todos os desprevenidos
que há centenas de dias deixaram de carregar os guarda-chuvas em Brasília.


Quero mais banhos de chuva, mais verde, mais lágrimas do céu, beijos molhados, menos poeira, mais disposição, mais barulhinho de chuva na janela a embalar os sonhos.


Veneta

Eu quero um amor de primavera
Procuro letreiros de neon
pretendo zoar noite inteira
preciso encontrar um homem bom

Que me deixe louca a chorar
pitangas no breu
que me beije a boca
na laje do arranha céu

(...)

Que estenda um tapete vermelho
e me beije a mão
que me arranque a roupa
no meio da multidão

(trecho do poema/música de Chico Buarque e Edu Lobo)
...sim, os homens sabem o que as mulheres querem

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Da simplicidade das coisas

Pra uma quarta-feira:

a tarde perfeita
melhor amiga + pipoca + sorvete + nutella + vários episódios de Sex and the City

a noite perfeita
visitar a irmã grávida e sentir o sobrinho crescendo dentro dela

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Música do Dia



"Sonhar não custa nada mais que tempo"

temperatura alta




O que fazer com esse calor
que seca o verde
faz transpirar os corpos
aumenta as vendas de sorvete
e de chope
expõe mais os corpos
enche os clubes
dá vontade de ouvir bossa
de passar o dia despida

na frente da geladeira, do ventilador
ou tomando banho de cachoeira

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Duas vidas




Escolheu um vestido especial e com rosas vermelhas decorava a casa e o cabelo. Seu perfume era luxúria e a casa estava impregnada de incenso e velas. O fogo que iluminava a casa, ardia como seu corpo. Enquanto o vinho gelava, ela temperava com ansiedade as entradas. O vento que balançava a cortina, trazia uma brisa suave de fim de outono e tinha gosto de saudade. Os ponteiros que andavam depressa, traziam insegurança, raiva e tesão. O atraso só aumentou sua vontade. Quando chegou, ele nem reparou na preparação para a noite. A comeu ali mesmo no tapete. Não tiveram tempo para o jantar. E ali eles fizeram, uma, duas, três, vezes. Foi quando o celular tocou. Ele epegou as coisas e voltou para sua casa. Deitou na cama fria com a esposa. Deixou a outra ainda cheia de tesão. Enquanto recolhia as velas e as rosas, se embreagou com toda a garrafa de vinho.

domingo, 9 de setembro de 2007

Ainda penso em você


Ah, sim
hoje eu penso em você
penso nos dias que passamos juntos
e nas conversas que nem sempre tem um começo
e muito menos um fim.
Penso em como tudo aconteceu
e nem sei como aconteceu
pareceu rápido,
mas demorou pra me convencer
de que devia dar uma chance.
Eu pensava que devia ir mais devagar
levar a vida mais devagar.
E você apareceu explicando minha paz
sem esperar já foi me conquistando
e mostrando porque eu deveria me convencer
de que havia chegado a nossa hora.

música do Dia

Please
Tell me What We're Gonna Do Now

Pra me ganhar

Pra me ganhar, basta passar as mãos nos meus cabelos, um cafuné na nuca, que vai deslizando pelos fios e dando aquele friozinho na barriga. Pra me ganhar não precisa muito. Já diziam por ai que basta ser gentil e atencioso. Até concordo. Mas tem que passar as mãos nos meus cabelos. Pode ser na cabeça, ou só nas pontinhas. Pode pentear com os dedos, fazer uma trança. Depois, dependendo da malícia, os dedos podem ir descendo. Pescoço, costas, cintura. Mas, tem que começar nos cabelos. Me amolecendo num carinho que pode ser de mãe, irmão, amigo. Mas, é bom mesmo quando exala uma tensão que vai deixando os outros cabelos arrepiados.

sábado, 8 de setembro de 2007

Minhas melhores coisas da vida


Rir até sentir a barriga doer.
Banho de chuva.
Ver fotos antigas.
Receber cartas.
Praia.
Beijo roubado.
Lua cheia iluminando a noite.
Viagens com amigos.
Chocolate quente.
Acordar e ver que ainda não é hora de levantar.
Dormir de conchinha.
Declarações ao pé do ouvido.
Ver o sol nascer.
Surpresas.
Cafuné.
Matar saudades.
Rir de si mesmo depois de fazer alguma bobagem.
Ficar fazendo nada com quem a gente gosta.
Bolo de aniversário.
Olhar pro céu.
Roupa nova.
Massagem.
Frio na barriga.
Ser aplaudida.
Trilha sonora.
Cócegas.
Pipoca no cinema.
Achar vaga na porta.
Dar e receber presentes.
Tomar banho quente.
Fazer amor.
Não ter medo de envelhescer.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Sex and the city




Nesta tentativa frenática de descobertas de mim mesma, um dia acordo felina, mas, em poucas horas me descubro outra vez uma garota manhosa em busca de carinho. Essa época de muitas transformações exige demais de quem apenas 20 e póucos anos (que talvez ainda não saiba o que quer fazer para o resto da vida).

Arrumar um emprego. Ter boas companhias. Ter vida social ativa. Sem falar que, a espera pelo grande amor começa a ficar mais anciosa na medida em que o tempo vai passando.

Nesta semana, tentei encontrar-me em filmes e seriados. Depoius de me identificar com todas as histórias de amor mal resolvido e personagens buscando um sentido na vida, decidi que hora de desligar a TV e apertar o meu botão de POWER.

Mas, será que às vezes nos projetamos demais nas histórias alheias e deixamos de viver as nossas?

Isso não quer dizer que eu vou trocar meu sofá por baladas frenéticas e sair à caça de um príncipe num carrão importado.

Acho que acabo ede descobrir a resposta. Preciso encontrar-me comigo mesma. Aprender com minhas próprias histórias (que não são poucas). Desenterrar meus sonhos (que ficaram presos no travesseiro e só saíam nos meus sonhos). Dar asas às paixões (de todos os tipos e sabores). E uma chance para escrever meus próximos capítulos, com menos ficção.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Canções de amor

Os refrões perdidos da felicidade
são as músicas dos amores que já partiram
que não deram certo
que ficaram para trás

não existe um amor sem uma música tema
ou até várias
e se não existe música
é porque não existiu amor

sou do tipo que gosta de esgotar as lágrimas do amor que foi e não é mais
escuto até furar o disco
até doer os ouvidos
até sentir que já posso lidar com as lembranças sem abrir a ferida do coração

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Poltergeist

O ferro de passar acabou de pegar fogo aqui em casa
Não queimou a roupa
queimou a mão da secretária
As coisas por aqui andam um pouco esquisitas mesmo
Será que o cachorro latinho e arranhando a porta de noite
está vendo espíritos?
A terapeuta diz que eles existem
Prefiro acreditar em Deus
Espero que ele vá mandar os bombeiros...

Música do dia

"De uns tempos pra cá" - Chico César

domingo, 26 de agosto de 2007

Curar a ressaca

E foi curar a ressaca no show do Moska

fui chorar a saudade
de um amor que partiu

quando penso em você
é quando não me sinto só
(...)
estou pensando em você
pensando em nunca mais te esquecer

Baile de formatura


Diga espelho meu se há na avenida alguém mais feliz que eu
Primeiro, acabaram as aulas
depois, as festas
agora me resta
brincar de gente grande
mas, tem horas que prefiro é ser criança

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Música do dia



Porque hoje é sexta
sexta é dia de samba
e meu samba
canta e dança
a lembrança de um amor

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Da alegria




Alegria é uma pausa entre os momentos de tristeza.

Minha insônia

"Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer." (M.Quintana)

Cheiro de mulher


Diversas vezes ouvi naqueles encontros no fim do dia, depois da aula, do trabalho, que eu estava cheirosa. A primeira reação era desdenhar da cantada barata, dizendo que o comentário era só pra me agradar. Era ai que surgiam palavras mais vorazes, que faziam mais sentido ao olfato que aos ouvidos: "estou falando do seu cheiro". O cheiro da mulher nos seus dias fertéis tem quase o mesmo efeito que das cadelas no cio (sem querer ser grosseira). A mulher libidinosa conhece seu cheiro, seu muco, seu calor, seu poder.

"Napoleão, quando estava voltando de alguma campanha no exterior, mandava avisar Josefina. O libidinoso general queria que ela parasse de tomar banho para recebê-lo com cheiro de mulher. Cheiro de mulher. Não há essência que se compare remotamente em poder de arrebatamento ao cheiro de mulher. Napoleão tinha toda a razão. A sorte da multibilionária indústria de perfumes femininos é que as mulheres não concordam com Napoleão. E gastam muito dinheiro para alterar o melhor cheiro do mundo.
mulher natural
De um modo geral, quanto menos a mulher se afasta dela mesma, tanto melhor. Seios naturais, de qualquer tamanho, são melhores que seios com silicone. Cabelos naturais são melhores que cabelos mentirosos. O cheiro pessoal e intransferível de cada mulher é melhor que o melhor perfume." http://www.ohomemsincero.globolog.com.br/

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Música do dia



Essa voz doce faz meu pensamento levitar...
Às vezes ainda me pego pensando
What am I to you

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Juízo final

Ainda bem que somos julgados pelo que fazemos e não pelo que sentimos e pensamos.



(ainda nem acabei de ler, mas já indico o livro "Mentiras no divã", de Irvin D. Yalom, o mesmo autor de quanto Nietzsche chorou)

domingo, 12 de agosto de 2007

Medo do ridículo




Tem dias que simplesmente quero me ver livre da saudade, dos problemas, da falta de confiança, da ansiedade, dos quilinhos a mais, do dinheiro de menos, da preguiça, da impaciência, das indecisões. Tem dias que quero de volta o brilho das gargalhadas e a beleza que só tem quem é feliz. Quando consigo esses momentos, não sei se são de lucidez, ou embreaguez. Só sei que pareço criança, na inocência e espontaneidade dos atos. Estou precisando de mais momentos de alma solta, leve e louca.

"Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo." (Luiz Fernando Veríssimo)

(Foto: que todo fim de festa seja assim. Auto-pétrato. Resultado de quem se entregou ao ridículo no final de semana)

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Amor em nada


"E a nós foi dada essa maldita capacidade de transformar amor em nada."

Não lembro de quem são esses versos, a poesia era longa, só decorei essa parte. Acho que foi porque fiquei um pouco angustiada com essa capacidade humana de destruir sentimentos. Construímos o castelo de areia e, insatisfeitos, nós mesmos o destrímos. Ou, deixamos que o mar o leve. O pior é que o poeta está certo. Não sobra nada. E quando sobra... parece ainda pior... é dor.

Porque quando lembro do que existiu, é que me sinto mais só.


quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Música do dia



da primeira vez que ouvi essa música tentava decifrar se eram three little birds ou three little words, que pra mim seriam I love you.

Descobri o real significado enquanto cantava alto e freneticamente, ainda que inventando palavras na música, em uma estrada de chão qualquer na chapada.Na época, as inquietações eram outras, mas a melodia me alegrava e a letra soava esperança. Hoje, quando recebi o vídeo, mais uma vez me fez sentido e passei a tarde cantarolando

"every litlle thing is gonna be alright"

A ternura de vinícius

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente
E posso dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas, nem a fascinação daspromessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pedes que repouses quieto, muito quieto
E deixe que as mãos cálidas da noite encontrem a fatalidade do olhar estático da aurora.

Vinícius de Morais

Ah! esse Vinícius,
em verso e música
me faz lembrar você!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Segredos




Calo-me.

Porque não sei qual é o meu segredo.

Conta-me o teu, ensina-me sobre o secreto de cada um de nós.

Não é segredo difamante.

É apenas esse isto: segredo. E não tem fórmulas.


(Clarice Lispector - Água Viva)

Afrodite sem olimpo

"...o único afrodisíaco verdadeiramente infalível é o amor. Nada consegue deter a paixão acesa de duas pessoas apaixonadas. Neste caso não importam os achaques da existência, o furor dos anos, o envelhecimento físico ou a mesquinhez das oportunidades; os amantes dão um jeito de se amarem porque, por definição, esse é o seu destino." (Isabel Allende)

"Arrependo-me dos pratos deliciosos rejeitados por vaidade, tanto como lamento as oportunidades de fazer amor que deixei passar para me dedicar a tarefas pendentes ou por virtude puritana", já que a " sexualidade é um componente da boa saúde, inspira a criação e é parte do caminho da alma... Infelizmente, demorei trinta anos para descobrir isto". (Isabel Allende)

Sabores e delícias de S. Valentim

Afrodite,
Isabel Allende

“O seu hálito é como mel aromatizado com cravinho
A sua boca, deliciosa como uma manga madura

Beijar a sua pele é como provar a flor-de lótus
A concavidade do seu umbigo esconde sortido de especiarias
Que prazeres vêm depois a língua sabe,Mas dizê-lo não pode.”



Tem dias em que a gente simplesmente tem preguiça de procurar companhia. E foi assim que sai um dia desses. Preferi estar com meus próprios devaneios. Para alimentá-los: histórias, cores e sentimentos de Almodóvar. Andando à toa pela livraria no CCBB, entre um filme e outro, conheci um livro afrodisíaco. Uma ponte entre a gula e a luxúria. Só não comprei porque desempregado não se dá a esses luxos. Mas, ainda quero tê-lo. E vou comer cada página até o caroço. Quer dizer, ler até a última palavra.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Colha o dia


"Carpe Diem" quer dizer "colha o dia". Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Do rosa ao amarelo


Esquisito como certas coisas, pequenas coisas, das mais banais, podem mudar nosso dia. Pelo meno o meu. Hoje, na reta de sempre, comecei a observar cores diferentes. Procurei pelas árvores cor de rosa. Só reconheci os galhos. Deparava-me com elas em vários pontos da cidade. Só elas mesmo para diminuir a aridez de Brasília nesta época do ano. E os caminhos coloridos de rosa me faziam sorrir. Assim, do nada. Eu me imaginava dona de um ipê bem florido, o mais florido de todos. Que eu pudesse observar diariamente cada flor nascer e cair. E, ao cairem, teria um grande tapete floral. Escolhi as mais bonitas, por onde passava, e as chamei de minhas. Aos poucos notei que as folhas foram secando, e as pétalas caindo. O rosa das flores também representava o amor, que estava latente em mim. Ambos chegaram, floresceram, me enfeitaram e depois partiram. Hoje, reparei novas cores vibrando em meu caminho. Chegou a vez da florada amarela. A cidade se pinta de outra cor. Senti no amarelo a alegria que me faltava. Deixei de ser da cor do amor e passei a vibrar em outro tom.



O ipê rosa é o primeiro da espécie a florir, de junho a agosto. Depois é a vez do ipê-amarelo, que anuncia a chegada da primavera com sua copa inteiramente florida. Quanto mais frio e seco for o inverno, maior será a intensidade da florada. A espécie típica do cerrado é um dos atrativos de Brasília na época da seca.

terça-feira, 31 de julho de 2007

(des)cuidados com a beleza




Hoje, depois de minha corridinha matinal - para ficar bem no vestido da formatura, aconteceu um caso, do tipo que eu chamaria "só acontece comigo". Resolvi tirar a manhã para um trato no visual. Os passos seriam: hidratação nos cabelos – que estão muito ressecados por causa do tempo e das luzes; esfoliação facial e depilação – onde não importa. Minha mãe tem uma caixa com vários produtos de uso eventual, na parte mais baixa do armário. Agachei, ainda com as pernas um pouco cansadas do exercício e peguei primeiro o esfoliante, que já estou acostumada a usar. Na hora de escolher o creme para o cabelo, como faz tempo que mexo nos cremes, não sabia o que pegar. Então, fiz como fazem as crianças: deixei que o pote mais bonito brilhasse aos meus olhos. Pensei: "esse tem cara de ser dos bons!". Busquei rapidamente o "modo de usar" para ver se tinha alguma instrução para um resultado melhor nas madeixas. A única indicação era: uso profissional. O potão pesado, ainda pouco usado tem escrito bem grande em letras prateadas: "creme de massagem". Ótimo. Enchi a mão, comecei a passar pelas pontas. O creme ao invés de espalhar, grudava. O cheiro forte foi subindo e me lembrou as sessões de drenagem linfática. PUTZ! Como que lesada! Creme para massagem do corpo! Corri novamente para debaixo do chuveiro, passei umas cinco mãos de xampu até desempregnar o grude. Como eu ria. Ri demais. O pote ainda estava sobre a pia e resolvi ler melhor o rótulo, foi quando ri mais ainda: "Algas marinhas e parafina". Voltei à caixa da mamãe e achei um pote hidratação profunda para os cabelos, li até as letras mais miudas para não cometer nenhum engano. "Hidratação profunda para os cabelos. Aplique massageando bem". Agora sim! E, mais do que nunca, eu precisava urgente de uma hidratação.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

MANIAS QUE ENFEIAM

O texto desse post é um conselho de Clarice Lispector, publicado no livro Correio Feminino (ótima dica de leitura para as garotas e para os meninos que querem entender mais sobre o profundo universo feminino), que fala sobre manias que as mulheres devem evitar. Muito legal, apesar de longo, vale os minutinhos de leitura.

"Manias que enfeiam

Existem muitas, e muitas também são as mulheres que as cultivam, sem pensar que com isso estão se prejudicando. Por exemplo, a mania de estar sempre comendo alguma coisa, como chocolate, um caramelo, ou um sorvete, como se vivesse eternamente com fome. Além de extremamente deselegante, dá a impressão de que não come o bastante o casa. Os homens detestam isso. Sem falar nas gordurinhas supérfluas que essa gulodice constante faz aparecer.

Outra mania prejudicial é aquela de falar alto, rir alto, esquecer quem está ao seu lado para dirigir-se ao público à volta. Esse público, geralmente, presta atenção, espantado e curioso pensando intimamente coisas muito pouco abonadas sobre a tagarela. Sem consciência disso ela continua seu show, alheia ao constrangimento do companheiro e risinho maldoso dos estranhos... os homens costumam fugir apavorados desse tipo de mulher. Os homens são, quase sempre, mais discretos e tem horror ao espalhafato.

Ainda um defeito muito desagradável é a mania de ser vítima que tem algumas mulheres. Queixam dos filhos, do marido, dos parentes, do ar que respiram, do asfalto que pisam, do calor, do frio, de tudo. Só sabem queixar-se. Quando lhes acontece apanhar alguma doença, entregam-se de corpo e alma, a doença, séria ou não, passa a ser a razão de sua vida, assunto de todas as horas.

Como centro do universo, ela, vítima profissional, explora ao máximo qualquer dorzinha, qualquer mudança de temperatura, qualquer tonteira sem gravidade. Em pouco tempo, todo mundo detesta a sua companhia, não suporta suas lamúrias. E entre esse todo mundo, estão, naturalmente, os homens, noivos, maridos ou simples conhecidos. Dos três tipos de manias que apontei, esta é a pior. O ar eternamente choroso torna feia a mulher, envelhece, cava sulcos na face, rouba o brilho dos olhos. Beleza é sinônimo de alegria e saúde. A mulher inteligente procura sempre aparentar uma e outra – pelo menos aparentar – para manter o cetro de mulher atraente.

Por favor, minhas amigas, se uma de vocês tem qualquer dessas manias, ou outras que não citei, livre-se delas, o mais breve possível! Controle o vício das guloseimas, a vaidade de chamar a atenção e o desejo de atrair a piedade alheia. Afinal, piedade é sentimento que humilha aquela a quem é dirigida."

sábado, 28 de julho de 2007

BAILARINAS


Ainda quero ser flor

para dançar com o vento



(Foto hoje no parque)

ARRANHAR, COLORIR E VIAJAR




Hoje acordei com vontade de arranhar alguém
a música dos meninos que tem sonho de Pop Star me fez sentido hoje
Os dias em Brasília estão amanhecendo cinza
so do I

Mas, aos poucos o céu lá fora clereia
e aqui dentro também
Já quero sorrir, já quero dançar
e vibro como as cores de Almodóvar

Tô com saudades dos meus pés encostando na areia
do vento que faz a gente ficar impregnado dos grãos no corpo salgado
Correr sentindo a água gelada do mar até a canela é bomDa água do mar que faz a gente querer fazer coisas
Devo estar com vontade dessas coisas também
Meus pensamentos são lembranças de coisas que nem aconteceram
Viajo nos infinitos
do céu, do mar e dos meus e dos seus pensamentos.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

O ÚLTIMO PÔR DO SOL


No dia em que você foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que não vivi pensando em nós dois
(...)
No dia em que você foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz lembrando nós dois
letra de Lenine
sentimento meu

AMOR QUE SE PRENDE MORRE


O que é maior num amor que se encerra?

A dor do fim ou, mais tarde, o fim da dor?

Proust falou sublimemente sobre o fim da dor. O fim da dor nos faz duvidar de que tenhamos realmente amado. Por isso machuca tanto. Nelson Rodrigues disse que o amor só é amor se for eterno. Mas era mais um jogo de palavras do que realidade. Como tudo, há um tempo para o amor florescer e há um tempo para ele acabar. O budismo tem a palavra certa: impermanência.


Amor que se prende morre


“Eu tinha quase tudo,
uma poesoa e uma canção
E uma vida pra jogar
Joguei no amor, tão grande,
Que pensei nunca acabar
A canção, a poesia, mais a vida por guardar


Amor que se prende morre
Quer voar, a gente solta
Olha, não demora muito
Pra gente esperar a volta

Vai, enquanto é dia
Anda, vai ser feliz”

quinta-feira, 26 de julho de 2007

JEITO DE MENINA




minha cor predileta é cor-de-rosa


minhas bochechas são rosadas


gosto mais das saias


nunca perdi a mania de ser chorona


sento com as pernas abertas


ainda tenho hora pra chegar em casa


Mas minha libido é vermelha.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

DESABAFOS




estado em que se encontram as coisas aqui dentro



A previsão do tempo já havia anunciado a chegada iminente de um temporal
Esqueci de preparar o guarda-chuvas
No dia em que você foi embora eu fiquei abraçada nas nossas lembranças inundadadas pelo temporal da saudade.