sábado, 25 de outubro de 2008

Entregar-se ao amor é conviver com todas as mudanças de humor

O amor é felicidade quando é descoberto
é incerteza na época da conquista
é solidão quando é platônico
é calor quando é também paixão
é ansioso quando não compreende a lentidão do caminhar do outro
é incompreendido quando busca ser racional
é vazio quando não se acredita nele
é dolorido quando longe da pessoa amada
é conforto quando é retribuído
é intrigante quando se tenta descobrir o que o outro pensa ou sente
é descoberta na convivência
é força quando se confia no outro
é reciprocidade no sorriso retribuído
é ousadia quando tudo parece ir contra
é impaciente quando espera o outro chegar
é insistente se acredita
é esperança como cada novo amanhecer
é persistente quando quer dar certo
é delicioso como o prato predileto
é saudosista quando prefere o passado
é otimista quando se projeta no futuro
é saboroso como tomar sorvete e se lambuzar.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Sua resposta







Me fizeram uma pergunta muito difícil de responder. Quer dizer, nem tão difícil assim. Acho que nunca um namorado me perguntou isso. “Quando foi que você descobriu que me amava?”. Essa foi a pergunta. Simples. Direta. Mas com uma carga emocional que não merece ser desprezada por uma resposta breve e de supetão. Isso me ficou pulsante na cabeça, como aquela dorzinha que só passa se você encontra realmente o motivo dela. Mas no meio de tanta coisa pra estudar e produzir. Desmotivada pela distância e por uma pequena discussão, resolvi adiar a resposta. Muito educado, o autor não mais me questionou. Ele compreendeu que na hora certa a resposta viria. E virá. Está vindo. Espero conseguir terminar esse texto e lhe entregar a resposta. Inicialmente tentei despistar dizendo que não houve um marco de consciência temporal que me fez perceber entre um momento e outro que ali surgiu o amor. Tentei transmitir, da maneira como enxergo que deve ser uma relação, que o amor é construído em caráter processual e, assim, infla-se cada dia mais um pouco. Não é mentira. Mas não foi o que ele me perguntou. Estava eu fazendo como os políticos em entrevista coletiva, respondendo da maneira mais conveniente. Acredito que eles se portem assim ou por não saberem a resposta, o famoso embromation, ou porque querem esconder alguma coisa. Mas, Peraí, e eu? Onde me encaixo nessa história? Eis a questão... será que me faltam as palavras por não saber ou por não querer. Tá bom, agora eu quero. Então, deixe-me pensar aqui. Acho que a primeira vez que disse, ou melhor, escrevi, chamando de amor, ou melhor, amorzinho, eu estava embriagada por um sentimento gostoso, ainda sem definição. Mas a pergunta foi quando eu senti. Não sei se foi ali com as flores. Não sei se foi na cama fazendo amor. Mas acho, quer dizer, tenho quase certeza, que foi ali, naquele incrível pôr-do-sol, que tive certeza que queria arriscar, que queria que aquele momento se prolongasse, que queria estar em seus braços. Bom, se isso não é amor, não sei o que é...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008


Bom mesmo é não saber o quanto a vida dura...

Primavera


E a primavera nos convida a um olhar apreciador e cuidadoso da exuberância e perfeição da natureza... Há seres que se preparam o ano todo para ter seu triunfo único e magistral em um único dia de primavera...



Primavera

Cecília Meirelles


"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega


(...)


Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.


Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera."

Quando a gente ama




brilha mais que o sol...