sábado, 26 de janeiro de 2008

Será mesmo?

“ESCREVER É FÁCIL: VOCÊ COMEÇA COM UMA LETRA MAIÚSCULA E TERMINA COM UM PONTO FINAL. NO MEIO VOCÊ COLOCA IDÉIAS.”
Pablo Neruda

Visitar o passado


Se dizem que uma pessou não é aquilo que ela pensa que é,
mas é aquilo que faz,
então,
dispenso todos os elgogias a mim dedicados
dispenso as flores por mim sacrificadas
dispenso o amor que por alguns me foi dado
hoje me olhei e senti suja
o passado veio à tona
o pior é que tenho mania de enterrar o passado
não consigo nem me justificar do mal praticado, já que preferi deixá-lo há muito
tempo para trás
ora, malditos os que tem a capacidade de desenterrar o mal cometido pelos outros
e o que era passado volta como assustador fantasma real ao presente
eu estava bem aqui
não quis visitar o que fiz de errado
hoje no banho,
me lavei como quem esfrega o pecado
queria que ele escorresse pelo ralo
e que voltasse ao seu lugar
onde eu não me preocupava mais com ele
será possível!?

Oração

Dai-me a alegria
Do poema de cada dia.
E que ao longo do caminho
Às almas eu distribua
Minha porção de poesia
Sem que ela diminua...
Poesia tanta e tão minha
Que por uma eucaristia
Possa eu fazê-la sua
"Eis minha carne e meu sangue!"
A minha carne e meu sangue
Em toda a ardente impureza
Deste humano coração...
Mas, ó Coração Divino,
Deixai-me dar de meu vinho,
Deixai-me dar de meu pão!
Que mal faz uma canção?
Basta que tenha beleza...


Mário Quintana

domingo, 13 de janeiro de 2008

Ah! o amor...


Cultive o romantismo.

Viva o suficiente para encontrar um grande amor.

E faça com que cada beijo seja único

e por ser único

que a vida nunca mais seja a mesma depois dele.

(acho que estou apaixonada, de novo!)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Buenos Aires >> 28.12 hasta 2.01


O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Metamorfose ambulante


"Mas agora que tudo está mudando,
não será nossa vez de nos transformarmos também?"
R.M. Rilke

Vamos?


Inventei
Pra sair da rotina.
Tentei
Uma nova história.
Inventei
Um novo problema.
Tentei
Uma nova direção.
Inventei
Tentei
mas nada saiu do lugar.
Desanimei.
Inventei
novos amigos, novos sorrisos, novas paisagens
Atentei
para novas possibilidades
Inventei
novos caminhos
Quem estará nele?

sábado, 5 de janeiro de 2008

Efemeridade

Eu não queria que ele chorasse. Mas, era seu pai. Se foi. E ele longe do pai. A obrigação de voltar confrontava-se frontalmente com a vontade de esquecer os problemas. Eu tentava ser uma boa companhia. Pra mim é muito difícil ser forte nessas horas. Na outra encarnação é bem possível que eu tenha sido uma carpideira, sabe aquelas mulheres contratadas para chorar em enterros!? Naquele elevador quente eu olhava pra cima pra não encará-lo e cantarolava baixinho. Tree little birds... Every little thing is gonna be alright... Meus olhos marejados estavam fixos no teto do elevador. Os olhos dele cheios de dúvida estavam fixos em mim. Agarrá-lo ali e enche-lo de beijos não adiantaria nada. Só sabe a dor de perder um pai quem já perdeu o pai. Então, eu continuava cantarolando. Do décimo ao térreo parecia uma viagem. Despedi e ele correu pro aeroporto. De volta ao quarto chorei na enorme cama vazia. No fim da tarde o telefone tocou. Não tinha vôo. Ele tava de volta. Eu só queria fazer amor e fazê-lo esquecer do resto. Ele quis apenas ficar de conchinha.

um pulinho bem ali...




O bom mesmo é respirar outros ares...

(viagem curta, cheia de imprevistos, se não fosse por alguém que ama muito a vida talvez o oposto nos teria contagiado!)


"Não queiras entender a vida,
e ela será como uma festa."

R.M.Rilke