terça-feira, 30 de outubro de 2007

Espaço para guardar

Faço desse BLOG um espaço pra guardar memórias, escritos, imagens, sentimentos




Coube a mim, a honra de falar em nome da turma de jornalistas que se forma hoje...
E estar aqui em cima, vestidos com a beca e olhando as pessoas queridas que vieram participar com a gente deste momento, faz passar um filme na nossa cabeça.




O ponto de partida dessa jornada que traduzimos “num mundo de sensações” leva a nossa mente de volta ao início: o vestibular. Quanta dedicação aos estudos, quanta renúncia aos momentos de lazer, quanta expectativa pelo resultado, e quanta alegria nas comemorações.
E tenho certeza que muitos de vocês que estão aqui hoje participaram das ovadas no dia do resultado do vestibular. Ver o nome na lista é como ganhar um mundo novo de presente.





Primeiro que a gente precisa ler e reler pra acreditar. Depois tudo fica em câmera lenta e quando a gente percebe já está impregnado de tinta, ovos, farinha e sente uma vontade imensa de gritar e sair abraçando todo o mundo.



Os anos passam, e a etapa da monografia é bem parecida. O trabalho árduo, as renúncias, a expectativa pela nota. No final, o sentimento é o mesmo: de que tudo valeu a pena.
E a cerimônia de formatura é uma oportunidade para reflexão do que passamos entre esses dois momentos: o da matrícula e o do diploma. E é parafraseando um texto de William Shakespeare que deixo minha mensagem.


Um dia aprendemos que...

O jornalismo, independente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante batalha pela conquista de mentes de corações.
Depois de algum tempo percebemos que o nosso dever é permitir o diálogo e a pluralidade de opiniões.
Aprendemos que a arte de interpretar e descrever o presente nos leva a olhar o passado
e buscar ferramentas que não façam da notícia um mero objeto de consumo.
Começamos a aprender que o mundo não está para ser explicado,
mas para ser compreendido
E que os leitores querem, cada vez mais, histórias humanas e não escândalos políticos.

Entendemos que é nosso papel ter coragem para contestar
E energia para manter a ética.
Aprendemos que muitas vezes a pergunta mais importante em uma entrevista coletiva é: “o que isso vai mudar na vida da população?”.
Descobrimos que a imprensa, às vezes, só olha e ouve o que quer, mas que nós, jornalistas, temos cinco sentidos que devemos usá-los todos.
Porque a inteligência funciona a partir do que tocamos, sentimos.


Depois de um tempo aprendemos que na profissão também temos o direito à ternura e a solidariedade.
Aceitamos que não importa quão boa seja uma pessoa,
Que ela pode nos ferir de vez em quando
e é por isso que devemos escrever as histórias à lápis
Porque ora precisaremos perdoar e passar uma borracha
Ora, nós precisaremos ser perdoados...
Aprendemos que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.
E que um dia, não precisaremos mais das nossas fontes, apenas de um ombro amigo.
Com os anos, aprendemos nós mesmos a comprar e usar o protetor solar
Porque descobrimos que o sol queima e o tempo passa pra todos.
Aprendemos que não devemos nos escravizar às ferramentas: a internet, o computador, o rádio, a TV
Porque eles são os meios e não o fim do nosso trabalho,
Que é o diálogo social.
Descobrimos que levamos muito tempo tentando descobrir a pessoa que queremos ser
E que vamos sempre querer ser uma pessoa diferente
Por isso, o importante é dar o melhor de si, agora!
Aprendemos que ser flexível não significa ser fraco.
E que não ter partido político não é ser alienado.
Aprendemos que os heróis e os santos são pessoas comuns, mas que enfrentaram os obstáculos e agüentaram as conseqüências.
Aprendemos que ter paciência requer muita prática.
Descobrimos que nossos pais não podem mais resolver os nossos problemas,
E que há mais deles em nós do que supunhamos.
Aprendemos que nunca se deve dizer a ninguém
que os sonhos são insignificantes,
“Sonhos são como Deuses, quando não se acredita neles, eles deixam de existir”.
Um dia descobrimos que todos nós temos medos, e que isso não é motivo de vergonha.
Aprendemos que as palavras são flechas que nunca voltam
E que tem alto poder de destruição.
Descobrimos que a noção de certo e errado é muito limitada para compreender uma realidade,
E que devemos buscar a coerência do que fazemos e falamos.
Aprendemos que as mudanças do tempo ora nos trazem esperança,
ora nos trazem incerteza,
E que o silêncio pode ser o melhor caminho para compreender o mundo.
Descobrimos que não basta saber amar,
mas que também devemos nos entregar a grandes paixões.
Que não existe uma única porta, e, que às vezes será preciso entrar por uma janela
Aprendemos que não devemos ser como os caminhos,
cujo único destino é deixar as pessoas passarem
Descobrimos que cada amanhecer é uma nova página
Para uma grande história
Percebemos que a vida tem valor
e que nós temos valor diante da vida!
Um dia descobriremos que nossas dúvidas foram traidoras,
Por causa delas, deixamos as oportunidades passarem
Pelo simples medo de tentar.
Durante o tempo que passamos como alunos da UnB,
aprendemos que ser jornalista não é apenas uma profissão
é um estado de espírito
Com menos glamour do que imaginávamos ao entrar.
Que não é só informar
Mas temos importante papel social
E que exige empenho, conhecimento da realidade do mundo
e acima de tudo:
paixão pela profissão.





Textos de internet


Tem dias que até os textos clichê de intenet conseguem trazer paz

cansada, cansada, cansada

sob pressão

quero gritar

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh (um alívio virtual)




Nem a tristeza, nem a desilusão, nem a incerteza, nem a solidão,
Nada me impedirá de sorrir...
Nem o medo, nem a depressão, por mais que sofra meu coração,
Nada me impedirá de sonhar...
Nem o desespero, nem a descrença, muito menos o ódio ou alguma ofensa,
Nada me impedirá de viver...
Mesmo errando e aprendendo, tudo me será favoravél, para que eu possa sempre evoluir, preservar, servir, cantar, agradecer, perdoar,
Recomeçar...
Quero viver o dia de hoje como se fosse o primeiro...
Como se fosse o último...
Como se fosse o único...
Quero viver o momento de agora como se ainda fosse cedo, como se nunca fosse tarde...
Quero manter o otimismo, conservar o equilíbrio, fortalecer a minha esperança,
Recompor minhas energias para prosperar na minha missão e viver alegre
Todos os dias...
Quero caminhar na certeza de chegar, quero lutar na certeza de vencer,
Buscar na
Certeza de alcançar... Quero saber esperar para poder realizar os ideais do meu ser...
Enfim, quero dar o máximo de mim para viver intensamente e
Maravilhosamente todos os dias da minha vida....

Vontade de (não) dormir

Tem dias que tenho que esperar ele chegar
o sono.
Em outros, vem sem eu chamar
o sono.
O pior é quando tenho que lutar contra ele
o sono.
O melhor é quando nos encontramos, enamoramos e não nos largamos
tem até sonho.
Gosto mesmo é das noites de despertador desligado
Deixo-me consumir
pelo sono
pelos sonhos.


Desabafo que quem não tem tido as melhores noites recentemente.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Herança de poeta

Numa noite dessa vi seu rascunho de livro na estante
Ao abrir,
Lembrei-me:
meu pai é poeta!

POeta que conta os amores espalhados no país
poeta das coisas pequenas
contemplador da maré, dos anoiteceres e amanheceres, do movimento das águas dos rios
das histórias vistas e vividas
da pobreza do interior.
Poeta das histórias da juventude
de barba, moto e calça boca de sino.
Poeta que coloca em versos o amor pela família:
do pai fala com admiração
da mãe com saudade
da mulher como musa
dos filhos como dádiva
e cada um tem sua página
nos Fragmentos da Vida*.
Mas, o poeta aposentou-se
trocou versos por decretos
e agora busca nova inspiração.
O poeta despertou.

Anjo da guarda

Demorei pra perceber como sempre esteve ao meu lado
Com todo seu cuidado me ajudou a dar os primeiros passos
me levou à Igreja
ajudou nos deveres de casa
aconselha, cobra escolhas e responsabilidade
Mas não deixa que falte nada
mas também não me deixa fazer tudo
Demorei, mas hoje sei que o nome do anjo que me guarda, tem três letras:
MÃE.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Afrodisíaco


Aroma de baunilha

Diva

Toda mulher tem
um dia que acorda
se sentindo
diva



na sua beleza
paradoxal
radiante
e melancólica

Para viver um grande amor


Receita do mestre
Vinícius de Moraes


Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher… — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o “velho amigo”, que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.
Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor…

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer “baixo” seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

Texto extraído do livro “Para Viver Um Grande Amor”.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Ter, querer e precisar esquecer


“Quantos homens você já teve que esquecer?”

Parei pra responder a pergunta de Almodóvar (Mulheres a beira de um ataque de nervos). Não foi tão fácil quanto eu pensava. Caminhei por todas as minhas histórias de amor. Passei pelos namoricos de criança, pelos platônicos, pelos que pareceriam durar toda a vida, pelas traições. Fiz até uma lista.

O primeiro foi aquele que me trocou por outra e deixou um coração pré-adolescente em pedaços. O segundo foi aquele que achei melhor esquecer, porque nem me conhecia. Eu o amava de longe, com desenhos de coração no fichário. O terceiro, foi o primeiro que me fez sentir verdadeiramente amada. Mas, descobri que era eu quem não o amava. Resolvi, então, que era melhor esquecer-nos mutuamente.
Depois, uma paixão doentia tentou me tirar de um amor tranqüilo. Quase destruí uma relação verdadeira. Esqueci o que me fazia viver na mentira. Voltei à calmaria, mas, por pouco tempo.
Então, voltou a me fazer sorrir e chorar o que já havia me mostrado a dor de um coração partido, uma vez. Caí de novo em minha própria encruzilhada de traição. Outra vez, fiz loucuras, mas, na hora de escolher, resolvi que permaneceria quem mais me amava. Para não sofrer de novo por ele, queria mais que esquecer, queria arrancar qualquer vestígio de lembranças.
E chegou a hora de mandar embora o que esteve mais tempo ao meu lado. Esse foi difícil. Quer dizer, ainda é. Nem sei se já consegui... Nas idas e vindas relembramos bons momentos. Depois das despedidas sempre me engano dizendo que é a última vez.
Também já tive que pedir para o tempo levar o que me deixou entre os carinhos e a consagração. Esse foi até mais fácil, entreguei pra Deus.
E já passou por mim o que me deixava chamas, mas dava o coração e declarações a outra, que era minha amiga.
O que grudou, chamei-o de chicletinho. Era tão bom, que sempre me lembrava dele nos momentos de carência. Cansei de enganá-lo.
Depois tive que deixar de realizar algumas fantasias. Quando o sonho de consumo se materializou, foi tão bom que durou pouco.
E quando achei que não pensava mais no que por duas vezes jurei esquecer, deixei entrar de novo na minha vida. E pela primeira vez passeamos de mãos dadas no parque. Pela primeira vez fomos inteiramente um do outro. Só que dessa vez, foi ele quem resolveu partir. Mas, ainda pede para ser lembrado. Ainda alimenta as fantasias. Ainda achamos que pode funcionar. Mas, já me preparo para o dia que mais vez terei que esquecer de nossas histórias.

E continuo aqui com meus botões pensando na diferença entre ter, querer e precisar esquecer certos homens...

A sociedade de decepção

pra filosofar um pouco

Nunca se buscou tanto a magreza e nunca se teve tantos obesos. Nunca houve tanta liberdade para expressar os desejos e nunca houve tanta depressão. Nunca se buscou tanto o prazer e nunca se sofreu tanto por não conseguir uma vida lúdica.

GillesLipovetsky - um filósofo que não me deu sono

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Paciência




Tentando descobrir respostas a tantas perguntas,

descobri a palavra PACIÊNCIA.

Aguardo, não de braços cruzados, mas com serenidade

o amadurecimento do tempo.

Cansei de ouvir conselhos, de quem esuqce de resolver a própria vida.

Pela tranqüilidade que vem de dentro, resolvi aprender a esperar.
Mas, confesso que estou louca pra ver chegar os pedaços que faltam e colocar as asinhas de fora.Voar pra onde ainda não sei.
Voltar só quando Deus quiser.

Felizes das crianças, que enquanto brincam na rua, tem alguém para tomar suas decisões.




quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Cada porta uma escolha

"Quando menos se espera ele chega,
o pensamento que nos faz parar.
Pode ser no meio do trânsito,
na frente da tevê ou do computador.
Simplesmente escovando os dentes.
Ou na hora da droga, do sexo sem afeto,
do desafeto, da lamúria,
da hesitação.
Sem ter programado a gente pra pensar.
É como espiar para um corredor com mil possibilidades.
Cada porta uma escolha
Muitas vão se abrir para um nada, outras para um jardim de promessa.
Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar, reavaliar-se.
Pensar pede audácia,
pois refletir é transgedir a ordem natural que nos esmaga"

Sempre fui contra livros de auto-ajuda. Minha personalidade pretenciosa nunca abriu as portas para que os outros me digam o que fazer. Recebi de uma amiga um livro da Lya Luft. Deixei o preconceito de lado e li os capítulos que essa amiga me indicou. Nada mal. Leitura leve, que deixa a gente mais leve.




segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Ontem caiu um milagre


Ontem caiu um milagre,
no meio da tarde de mais um domingo abafado.

Abri os braços para aumentar a área de contato
esqueci de quem estava em volta
e tive um momento meu
com a primeira chuva da primavera.


Pingos tímidos,
mas refrescantes
molhavam todos os desprevenidos
que há centenas de dias deixaram de carregar os guarda-chuvas em Brasília.


Quero mais banhos de chuva, mais verde, mais lágrimas do céu, beijos molhados, menos poeira, mais disposição, mais barulhinho de chuva na janela a embalar os sonhos.


Veneta

Eu quero um amor de primavera
Procuro letreiros de neon
pretendo zoar noite inteira
preciso encontrar um homem bom

Que me deixe louca a chorar
pitangas no breu
que me beije a boca
na laje do arranha céu

(...)

Que estenda um tapete vermelho
e me beije a mão
que me arranque a roupa
no meio da multidão

(trecho do poema/música de Chico Buarque e Edu Lobo)
...sim, os homens sabem o que as mulheres querem